Reuso de dialisadores: o que é, riscos e como funciona?

REUSO DE DIALISADORES? o que é, riscos e como funciona?

A prática de reuso de dialisadores em tratamentos como hemodiálise e diálise é um tema que desperta muitas dúvidas. Afinal, reutilizar o dialisador é algo que pode colocar a saúde do paciente em risco? Quando os dialisadores podem ser reutilizados sem nenhum problema? O que determina a legislação brasileira quanto ao reuso de capilares em hemodiálise?

Ao longo deste conteúdo, vamos responder essas questões para você entender o que é, como funciona e quais são os riscos desta prática.

Em linhas gerais, o reuso de dialisadores é um processo complexo. Quando permitido, envolve uma série de etapas como: limpeza, desinfecção, enxágue, esterilização e testes de desempenho.

Estes procedimentos devem ser feitos com muita atenção e cautela para prevenir infecções, evitar e/ou minimizar todos e quaisquer riscos que possam colocar a saúde do paciente em risco.

Nas próximas linhas, vamos detalhar tudo o que você precisa saber sobre o tema. Continue lendo e saiba mais!

O que é reuso de dialisadores?

Como a própria nomenclatura sugere, o reuso de dialisadores consiste em aproveitar o mesmo capilar para realizar mais de uma sessão de hemodiálise/diálise. Segundo a legislação brasileira, os dialisadores podem ser usados no tratamento do mesmo paciente por até 20 vezes, desde que sejam respeitadas as seguintes normas:

  • No caso de reprocessamento automático, em máquinas devidamente registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);
  • O dialisador precisa ter um volume interno de fibras adequado: nos casos em que é identificada uma redução de 20% deste volume, o produto é descartado e não pode ser usado novamente;
  • Pacientes com sorologia positiva ou desconhecida para hepatite B, hepatite C, HIV e COVID-19 não podem ter seus dialisadores reprocessados, nesses casos fica determinado conforme legislação uso único;
  • Em hipótese alguma, o dialisador pode ser compartilhado. Os serviços de diálise devem designar um dialisador por paciente e identificar o produto com o nome do paciente e suas informações pessoais.

Vale ressaltar que a literatura científica sobre o tema revela que, nos países desenvolvidos, o reuso dos dialisadores não é um procedimento tão adotado quanto no Brasil. Por outro lado, a embalagem dos dialisadores não traz indicações de uma proibição do reprocessamento, salvo exceções especificadas na RDC n.º11 de 13 de março de 2014 publicada pela ANVISA.

Leia mais: RDC 156: qual é a sua importância na indústria médica?

Como funciona o reuso de dialisadores?

Após a finalização da sessão de hemodiálise, todas as informações sobre a sessão devem ser registradas, incluindo os valores da medida referente ao volume interno das fibras do dialisador (priming inicial). Além disso, é muito importante checar quais são os dialisadores que devem ser descartados — após o 20º uso ou identificação de outra inconformidade — e solicitar a assinatura dos pacientes nestes casos.

Na sequência, o técnico de enfermagem do reuso deve:
  1. Realizar e registrar todos os testes para existência de ácido peracético;
  2. Caso seja necessário, o profissional pode fazer a diluição de outras soluções químicas para eliminar vírus, bactérias, fungos e agentes infecciosos;
  3. Organizar capilares e linhas de sangue em um recipiente devidamente limpo para que eles também sejam encaminhados às salas de reprocessamento;
  4. Checar as normas de segurança e passo a passo do processo de desinfecção dos dialisadores conforme o Procedimento Operacional Padrão (POP) para realizar adequadamente o reprocessamento;
  5. Usar soro fisiológico e outros produtos de limpeza recomendados para a lavagem do dialisador;
  6. Identificar e remover mecanicamente coágulos existentes nas linhas de sangue;
  7. Realizar o processo de enxágue dos dialisadores sob pressão para remover todas as bolhas de ar e quaisquer vestígios de sangue e/ou sujidades;
  8. Ao inserir os dialisadores na reprocessadora, selecionar a opção de “alto fluxo” se for o caso;
  9. Ao lavar as linhas de sangue, ter o cuidado de separar peça por peça para evitar qualquer vestígio de sujidades;
  10. Na hora de armazenar o dialisador e outros produtos no recipiente, enrolar os fios com cuidado para evitar a ruptura do dialisador e possíveis contaminações.
  11. Antes de uma nova utilização, fazer testes de desempenho no dialisador e verificar se houve algum problema causado por germicidas em decorrência da interrupção de dialisato ou solução salina, enquanto o dialisador estava em modo de espera.

Fora destes cuidados, é muito importante que a pessoa responsável pela limpeza e desinfecção dos dialisadores feche as aberturas deste produto para evitar contaminação cruzada. Vale lembrar que no fim de cada sessão de hemodiálise, o sangue do paciente é devolvido para o paciente, por isso, é de extrema importância seguir a risca todas as etapas de lavagem, limpeza, inspeção, de infecção, teste, rotulagem e armazenamento até o próximo uso.

Qual é a infraestrutura necessária para reprocessamento de dialisadores?

O reuso de dialisadores é um processo que exige muito rigor e atenção para que a segurança do paciente seja preservada e que as próximas sessões não sejam, de algum modo, comprometidas. É justamente por isso que o Ministério da Saúde também estabelece requisitos e Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Diálise que devem contar com uma infraestrutura adequada para que seja realizado o processamento dos capilares.

Todo serviço de saúde deve ter salas específicas para a lavagem dos dialisadores, sendo ser necessário:
  • 01 sala para hemodiálise com área para lavagem de fístula;
  • 01 sala para hemodiálise de pacientes com sorologia positiva para doenças como hepatite B;
  • 01 sala para processamento dos dialisadores;
  • 01 área específica para o armazenamento dos recipientes de acondicionamento do dialisador.

Riscos do reuso de dialisadores

O reprocessamento dos dialisadores é considerado seguro quando os profissionais envolvidos neste processo seguem os padrões estabelecidos pelas autoridades sanitárias. No entanto, é inegável que os pacientes renais estão suscetíveis a alguns riscos que podem ser acentuados por falhas operacionais em alguma das etapas do reuso.

O conjunto dos procedimentos que envolvem esterilização, lavagem, limpeza, medicação do volume interno das fibras do capilar, enxágue e armazenamento adequado visa garantir eficiência nas sessões de hemodiálise. Prevenir infecções e garantir qualidade e segurança no tratamento direcionado ao paciente.

Mesmo assim, há riscos, tanto para os pacientes quanto para a equipe de profissionais da saúde envolvidos no tratamento renal. São exemplos:

  • Infecções causadas por bactérias decorrentes de falhas em sistemas de controle de infecção;
  • Remoção ineficiente e/ ou inadequada da sujidade dos dialisadores e linhas de diálise;
  • Riscos de acidentes ocupacionais devido ao contato dos profissionais de saúde com objetos perfurocortantes, por exemplo.

Entretanto, pessoas que estudam o tema como Golper (2020) e Silva et al.(2020) defendem que o reuso dos dialisadores também causa danos ambientais severos devido a fatores como aumento no descarte de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e aumento no consumo de água.

Saiba mais:Métodos de esterilização de dialisadores: conheça quais são e entenda como funcionam

Dicas para reduzir os riscos à saúde do paciente durante o reuso de dialisadores

Além de seguir as normativas de segurança do Ministério da Saúde, existem alguns cuidados extras que podem ajudar o profissional de saúde envolvido na desinfecção dos dialisadores. Para ter ações que minimizem os riscos do paciente no reprocessamento dos dialisadores. A seguir, separamos algumas dicas elaboradas pela enfermeira nefrologista Fernanda Pirotta!

1. Lembre-se que a paramentação adequada é indispensável

Qualquer atividade que envolve processos de desinfecção deve ter atenção redobrada. Por isso, antes de retirar os dialisadores para lavagem e esterilização, é muito importante certificar-se de que o serviço de diálise dispõe de todos os equipamentos de proteção individual — EPIs — para realizar a paramentação adequada, segundo as normas do Ministério da Saúde.

São EPIs necessários:

  • Avental impermeável com mangas;
  • Luvas cirúrgicas emborrachadas;
  • Máscara de filtro — o modelo de máscara n95 é o mais indicado;
  • Botas;
  • Óculos de proteção.

Ao se atentar a esses cuidados, o profissional não protege somente ao paciente, como garante mais segurança para si mesmo diante de possíveis acidentes ocupacionais durante o reprocessamento de dialisadores.

Importante: a paramentação sempre deve ser trocada no momento em que os profissionais manuseiam dialisadores sujos e limpos.

2. Ao retirar os dialisadores para lavagem e desinfecção, use equipamentos adequados

No momento, da retirada dos dialisadores da máquina de hemodiálise exige bastante cautela. Os profissionais jamais devem retirar os produtos e carregar nas mãos até a sala de lavagem e, posteriormente, armazenamento.

O dialisador sempre deve ser inserido em recipientes (caixa especial para armazenamento) na posição horizontal, sem os conectores e de modo que a solução que está no produto fique nivelada.

Sendo que o ideal é utilizar carrinhos de transporte confeccionados em PVC com tampa. Além de ser mais prático para higienizar, esses carrinhos possuem tampa de fechamento — que garante maior segurança dos produtos durante o trajeto.

É importante não misturar capilares limpos com capilares sujos. O ideal é ter um carrinho para cada produto. Esses detalhes ajudam a compor uma barreira técnica que evita a contaminação. Uma ação simples e que funciona muito bem para não confundir os dialisadores é reservar recipientes de cores diferentes. Pois, ajuda a  identificar os dialisadores recém-usados dos que estão limpos e prontos para uma nova sessão.

3. Divida a bancada em duas partes

Barreiras de proteção podem e devem ser criadas na bancada de lavagem dos dialisadores. Uma possibilidade é fazer uma divisória em vidro: de um lado ficam os capilares sujos e de outro, os limpos. Essa é mais uma técnica para evitar a contaminação do material reprocessado.

4. Antes de uma nova sessão, faça uma checagem no sistema do paciente

Após a esterilização dos dialisadores, é extremamente importante fazer uma checagem do sistema de diálise para garantir que não há nenhuma sujidade no dialisador. Também que o produto está 100% adequado para uma nova sessão de hemodiálise. Abaixo o passo a passo:

  • Antes de manusear os dialisadores, lembre-se de usar os EPIs adequados, como máscara e óculos de proteção;
  • Tenha em mãos o prontuário do paciente e confira todas as informações pertinentes: nome, sorologia, número de reprocessamentos, dados da última sessão.
  • Com um pano adequado, confira os equipamentos que fazem parte da hemodiálise: linhas de sangue, linha de heparina, catabolha, entre outros;
  • Certifique-se que não há vestígios de sangue, bolhas de ar e sujidades em cada material que será usado na próxima sessão;
  • Ao fim da checagem, registre todas as informações do processo: se há falta de algum produto ou se existe a necessidade de uma nova esterilização. Também é muito importante fazer esta checagem para evitar problemas de contaminação ou interrupção na sessão do paciente devido às falhas operacionais.

Não esqueça: a execução das Boas Práticas reduz as chances de erros que prejudicam a saúde do paciente renal e também potencializam um fluxo operacional produtivo e seguro. Por isso, vale a pena implementar um checklist de procedimentos para garantir um padrão de qualidade no reprocessamento de dialisadores.

5. Atenção às rupturas nos dialisadores

A lavagem dos dialisadores é um processo caracterizado pela alta pressão da entrada da água. Isso pode danificar as fibras e provocar uma ruptura nas membranas do dialisador, mas há algumas técnicas que podem ser adotadas para realizar uma lavagem eficiente sem prejudicar os capilares. Listamos estas técnicas abaixo:

  • Evite batidas nos dialisadores na hora de retirar o sangue e os coágulos dos capilares;
  • Lave o interior das membranas com jatos de água tratada e depois disso, transfira o dialisador para a reprocessadora, sem o passo manual de ultrafiltração reversa;
  • Ao iniciar a sessão de hemodiálise, tenha atenção aos sinais que a máquina apresenta. Quando as fibras estão rotas ou há fuga de sangue, geralmente um alarme é disparado. No entanto, também é possível detectar este problema através do extravasamento do sangue para o meio onde fica o dialisato.

Os dialisadores da Allmed Group Brasil

Com uma linha de 10 modelos de dialisadores de alta qualidade, a Allmed Group se destaca no mercado pelo produto de excelente qualidade que oferece. Pois, todos os dialisadores são projetados com tecnologia de micro-ondulação e  se destacam no mercado devido à alta capacidade de retenção de endotoxinas (ET). Consequentemente, melhor garantia da otimização da terapia de hemodiálise e redução e/ou eliminação de toxinas urêmicas.

Todos os dialisadores são esterilizados a vapor intra line e constituídos pela membrana de Polisulfona. O resultado: alta biocompatibilidade e conforto terapêutico para o paciente renal.

Sua membrana micro-ondulada é excelente não só para evitar a contaminação do sangue da pessoa como também evita a criação das chamadas “zonas mortas” que afetam as fibras retas do capilar e prejudicam a qualidade da hemodiálise. Outra vantagem dos dialisadores da Allmed é a capacidade de adsorção dos capilares, que garantem sessões de hemodiálise e diálise mais seguras e livres de bactérias, fungos e vírus.

Conheça a Allmed Pronefro: distribuidora de Dialisadores em Curitiba e no Brasil!

A Allmed Pronefro Brasil é uma subsidiária da Allmed Group. Situada em Curitiba no estado do Paraná- Brasil, presente em mais de 40 países, atua na fabricação e distribuição de produtos para hemodiálise na Europa, no Oriente Médio e na América do Sul.

Sua missão é elevar a qualidade de vida do paciente renal crônico, melhorando sua saúde e proporcionando o melhor para sua rotina, a partir dos dialisadores e demais produtos usados no tratamento renal.

Presente no Brasil há mais de duas décadas, a Allmed Pronefro conta com uma equipe de representantes que atuam na venda de produtos em Curitiba e  todo o Brasil. Além da equipe interna,  funcionários que cuidam dos setores de vendas, logística, controle de qualidade, gerenciamento de riscos, marketing, relacionamento, entre outras demandas administrativas.

 

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