Anemia em pacientes com DRC: o que dizem as condutas atuais de manejo dessa complicação?
A anemia em pacientes com DRC, ou Doença Renal Crônica, é uma das complicações mais comuns, porém, muito séria com a qual os portadores dessa patologia precisam conviver.
Isso porque, a anemia – principalmente nos doentes em estágios mais avançados da DRC – está associada à maior necessidade de internações hospitalares destes pacientes e à maior mortalidade.
Inclusive, os números de prevalência dessa doença são mais elevados, o que torna o problema ainda mais preocupante.
As graves consequências da anemia para o paciente de DRC incluem o agravamento das doenças cardiovasculares e até a morte.
Neste artigo, vamos entender como a anemia pode afetar o paciente renal crônico e quais são as condutas mais atuais de manejo de complicações como essa.
Anemia em pacientes com DRC: entenda a importância do cuidado no manejo dessa complicação
A anemia em pacientes com DRC é, sem dúvida, a complicação mais importante que afeta os portadores dessa doença.
Com a evolução desta patologia, a incidência e prevalência da anemia aumentam, sendo responsável pela redução da sobrevida e da qualidade de vida do paciente.
A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição clínica que leva o paciente à perda progressiva e irreversível das funções dos rins, como a filtragem do sangue e eliminação das toxinas do organismo.
Considerada um importante problema de saúde pública, a doença – segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) – afeta mais de dez milhões de brasileiros.
Além do mais, “o número de pacientes com DRC avançada é crescente, sendo que atualmente mais de 140 mil pacientes realizam diálise no país”, informa a instituição.
Mesmo que seja frequente o registro de casos de anemia em pacientes de DRC, a alta incidência dessa complicação não se deve, especificamente, ao tratamento dialítico, mas sim à evolução da doença.
Inclusive, alguns estudos mostram que existe uma associação entre a anemia e a progressão da DRC.
A anemia e as condutas atuais de manejo dessa complicação da DRC: entenda o que orientam os estudos mais recentes
A anemia – conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) – pode ser diagnosticada quando os valores da hemoglobina são menores que 12g/dL para mulheres e 13g/dL para homens, ou seja, estão abaixo do normal.
Como uma complicação da DRC, a anemia é caracterizada por ser normocrômica e normocítica, ou seja, as células do sangue possuem tamanho e cor normal.
Estudos recentes mostram que a complicação pode aparecer a partir do terceiro estágio da doença.
Além do mais, portadores de DRC que apresentam esse problema, possuem uma predisposição maior no desenvolvimento de outras patologias como as doenças cardiovasculares e que podem, inclusive, levar o paciente à morte.
Desse modo, é extremamente necessário que o diagnóstico e o tratamento da anemia sejam feitos de forma precoce, antes que ela cause danos mais graves ao organismo do paciente.
Segundo o Manual de Diálise (DAUGIRDAS 5ed 2016) a anemia em pacientes com DRC tem etiologia multifatorial, sendo que essa complicação “decorre basicamente da produção insuficiente do hormônio glicoproteico eritropoetina (EPO)”.
Mas, além da deficiência de eritropoetina – indiscutivelmente a principal causa da anemia em portadores da doença renal crônica – outros fatores também podem ser identificados, como a deficiência de ferro e inflamação.
O que é a eritropoetina e como ela influencia no desenvolvimento da anemia em pacientes de DRC
A eritropoetina – ou EPO – é um hormônio que controla a produção de células vermelhas do sangue, um processo também chamado de eritropoiese. Cerca de 90% desse hormônio é sintetizado pelos rins.
Desse modo, o déficit relativo da eritropoetina é uma das principais causas da anemia em pacientes de DRC.
Segundo um estudo, divulgado pela Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, a prevalência da anemia no estágio 5 da DRC chegou a 39%, nos pacientes participantes desse trabalho.
Vale ressaltar que alguns destes pacientes já estavam sendo medicados com ferro e eritropoetina, o que levou à conclusão que a prevalência seria ainda maior.
Por outro lado, é importante lembrar que a deficiência de ferro – causada frequentemente pelas perdas de sangue na diálise – e os quadros inflamatórios também são fatores essenciais, que devem ser levados em conta na hora de avaliar as causas da anemia em pacientes de DRC.
Estimuladores da eritropoetina no tratamento da anemia
Um dos principais tratamentos da anemia em pacientes com DRC é o uso de agentes estimuladores da eritropoese (AEE).
Esse tratamento tem o objetivo de atingir valores de hemoglobina entre 11 e 12g/dL. Sendo assim, a orientação é que o uso do AEE deve ser iniciado somente se os níveis de hemoglobina estiverem abaixo de 10g/dL.
A eritropoetina age no organismo do paciente, regulando as células hematopoiéticas na medula óssea, além de contribuir na maturação das hemácias, levando à melhora da anemia.
Alguns estudos mostram que o tratamento da anemia em pacientes com DRC inicio, no Brasil, na década de 80.
Nessa época, constatou-se a eficácia no tratamento, inclusive, com estudos realizados em todo o mundo.
No entanto, outro estudo mais recente mostrou que níveis de hemoglobina maiores que 12 g/dL não apresentaram benefícios para os portadores de DRC e, inclusive, teriam aumentado o risco de doenças cardiovasculares.
Segundo o Manual de Diálise (DAUGIRDAS 5ed 2016), com relação ao manejo da anemia, estudos clínicos randomizados mostram que o uso do AEE para a correção dessa complicação da DRC – a um nível mínimo da hemoglobina a 13g/dL – realmente não é benefíco para o paciente.
No entanto, isso também não “aumenta o risco de complicações cardiovasculares, acidente vascular encefálico e/ou morte”.
Outros pontos importantes na correção da anemia, que o manual destaca são:
- A correção da anemia não tem efeito sobre o avanço da doença renal ou aumenta a taxa de doença renal crônica terminal (DRCT);
- Estudos recentes constataram uma associação entre exposição a altas doses de AEE e aumento do risco de eventos adversos.
Levando esses fatores em conta, “as condutas atuais de manejo da anemia enfatizam sua correção parcial, com a menor dose possível de AEE, e o tratamento da deficiência de ferro e da inflamação”, informa o Manual de Diálise.
Benefícios do uso do AEE no tratamento da anemia em pacientes com DRC
Um dos principais objetivos do uso do AEE deve ser reduzir a necessidade de transfusão sanguínea em pacientes que apresentam anemia como uma complicação da DRC.
Estudos mostram que esse objetivo tem sido alcançado com êxito, ou seja, a taxa de transfusão de sangue reduziu bastante com o AEE, sendo um dos maiores benefícios desse tratamento.
Outro benefício que vale a pena enfatizar é a melhora da qualidade de vida e no bem-estar do paciente, pois, segundo destaca o Manual de Diálise “A fadiga se reduz e a capacidade de se exercitar aumenta”.
Apesar dos benefícios que o tratamento com AEE apresenta, a terapia também traz alguns riscos. Vamos conferir?
Riscos da terapia com AEE
O Manual de Diálise enfatiza que os riscos registrados por alguns estudos, dizem respeito “ao uso de AEE com meta relativamente alta de hemoglobina (13 a 15 g/dℓ ou 130 a 150 g/ℓ) em pacientes com DRC”.
Um dos estudos mostrou que altas doses de AEE e meta elevada de hemoglobina duplicou o risco de acidente vascular cerebral e de câncer.
Diante desses resultados, as bulas dos AEEs precisaram ser revisadas e várias advertências quanto a esses riscos foram incluídas.
A orientação, atualmente, é de que as metas de hemoglobina sejam reduzidas e o uso do AEE seja feito com moderação. O objetivo é tentar obter apenas a correção parcial da anemia.
Anemia em pacientes com DRC: a Allmed valoriza a informação segura para os pacientes renais crônicos e profissionais da saúde
Neste artigo, a Allmed Pronefro abordou a anemia em pacientes com DRC e quais as condutas mais atuais de manejo dessa complicação, pelos hospitais e clínicas especializadas.
Esse é um tema de extrema importância, já que a anemia em pacientes com DRC é considerada a complicação mais importante e prevalente, registrada entre os portadores dessa doença.
Vale ressaltar, que quando falamos na segurança do paciente renal – nesse caso, o do portador de anemia como complicação da DRC – o dialisador mais indicado para as clínicas e hospitais especializados é o de alto fluxo, esterilizado a vapor em autoclave. Esse tipo de dialisador é recomendado pelos especialistas devido à sua eficiência em prevenir contaminações que podem prejudicar o paciente.
Pois, após a hemodiálise, é rotineiro que o paciente faça exames como hemograma, uréia, creatinina, entre outros. Portanto, o uso de um dialisador inadequado pode comprometer a precisão dessas análises, afetando principalmente os pacientes com anemia.
Diante disso, as instituições que tratam pacientes renais devem ser criteriosas na escolha do dialisador adequado, que atendem a todos os requisitos de segurança necessários para garantir a saúde e bem-estar dos pacientes.
Saiba mais sobre a importância da esterilização a vapor do dialisador. Acesse o artigo “Esterilização dos dialisadores: saiba porque o método autoclave é o mais recomendado”
Com esse artigo, a Allmed cumpre uma de suas metas que é levar informação segura e de qualidade a todos os envolvidos no dia a dia do paciente renal, incluindo além dele mesmo, os médicos, enfermeiros e terapeutas.
A meta diária da empresa – que atende todo o território nacional – é entregar produtos de diálise com a máxima garantia de qualidade como o dialisador, líder de mercado. Com o propósito de fazer a diferença na vida de quem necessita dos produtos para tratamento renal.
Nesse meio tempo, a Allmed se preocupa em investir na excelência e segurança de seus produtos, visando levar mais qualidade de vida aos pacientes.
Quer conhecer melhor a Allmed Pronefro? Acesse o site da empresa! Inclusive, no blog da Allmed você encontra muito mais informações interessantes sobre todo o universo que envolve a vida do paciente e profissionais da DRC.
Obrigado e até breve!
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