KTV: o que é, e como esse parâmetro ajuda a mensurar a qualidade da hemodiálise.
O KTV é uma forma de mensurar o quão adequada e eficiente é uma sessão de hemodiálise no paciente. Todo profissional de saúde, sobretudo o (a) enfermeiro (a) nefrologista, precisa ter conhecimento sobre os valores do KTV para avaliar a eficácia e/ou necessidade de ajustes na terapia renal.
Se você é profissional de saúde e nunca ouviu falar disso ou precisa atualizar suas práticas profissionais? Continue lendo esse artigo.
Ao longo das próximas linhas vamos explicar sobre como funciona, e o que é o KTV.
Definição de KTV
Medir a qualidade da diálise é possível graças a um parâmetro chamado KTV. A sigla KTV, se refere, na prática, aos seguintes parâmetros:
- Volume de depuração e capacidade/performance do dialisador na remoção de substâncias do sangue corporal (K);
- Tempo da diálise (T);
- Volume corporal do paciente (V).
Segundo a literatura científica, um bom padrão de KTV fica acima de 1,2, geralmente. Mais do que um número, essa medida está relacionada aos seguintes impactos: qualidade e eficácia da terapia renal, aumento da expectativa de vida do paciente, qualidade da depuração plasmática e da filtragem do sangue, entre outros.
Como alcançar o melhor parâmetro de KTV na hemodiálise
Existem inúmeras variáveis que podem interferir na qualidade do KTV. Se pensarmos na parte operacional do processo de hemodiálise, por exemplo, é possível destacar: fluxo inadequado dos cateteres, falhas mecânicas na máquina de hemodiálise, escolha inadequada do dialisador ou capilar, equívoco na seleção e montagem do kit de linha de sangue artério venosa, entre outras.
Em relação aos fatores humanos, é importante considerar desde a biocompatibilidade dos produtos hospitalares e dispositivos como dialisadores e cateteres, até o domínio teórico e capacidade prática de aplicar esse conhecimento em prol da saúde e do bem-estar do paciente renal. Conforme a enfermeira nefrologista Fernanda Pirotta, na hora de programar a máquina de hemodiálise visando atingir o KTV ideal, é preciso considerar, além do tempo e dos objetivos definidos, a altura, a idade, o peso seco do paciente e também sua aderência ao tratamento renal.
A seguir, separamos algumas dicas no vídeo e nas questões, que te ajudarão a alcançar o melhor parâmetro de KTV. Confira!
1. Fique atento (a) para programar a máquina de hemodiálise corretamente,
Existem várias ações que compõem as boas práticas na hora de preparar uma sessão de hemodiálise. A programação correta da máquina de hemodiálise e a escolha do dialisador é uma delas. Se você deseja alcançar um bom KTV, saiba que é possível programar os objetivos desejados para esse parâmetro antes da terapia renal. Geralmente, as máquinas mais modernas possuem um painel que contém indicadores e gráficos que revelam informações importantes sobre a diálise, como a evolução do KTV conforme o tempo da terapia dialítica.
Ou seja: quando o profissional analisa esses dados, é possível ajustar a programação e verificar possíveis inconsistências ou problemas que prejudicam a qualidade da diálise. Vale destacar também que, nos casos em que há equívocos ou eventos adversos durante o processo de hemodiálise, as máquinas costumam dar sinais e/ou emitir alerta que podem indicar problemas graves. São exemplos:
- Erros na administração de medicamentos como heparinas;
- Manuseio incorreto de dialisadores;
- Problemas com o catabolha;
- Abertura da solução salina;
- Problemas na entrada de ar da máquina de hemodiálise;
- Incompatibilidade do dialisador, etc.
Importante: no caso de eventos adversos (EAs), Gallotti (2004) destaca que tais eventos são “complicações indesejadas decorrentes do cuidado prestado aos pacientes, não atribuídas à evolução natural da base da doença”. Quando essas complicações são consequências de erros que poderiam ser evitados, a autora ressalta que os erros adversos são chamados de erros evitáveis, ou seja, que poderiam ser prevenidos.
Por isso, é muito importante que a equipe multiprofissional de saúde responsável pelo tratamento renal de um paciente entenda não somente o que é e para que serve o KTV na hemodiálise, mas também compreenda como funciona a tomada de decisão para minimizar os possíveis riscos ao paciente.
Neste cenário, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem uma política de Segurança do Paciente que pode servir como um referencial para profissionais que trabalham na assistência em saúde renal. Acesse!
2. Além do parâmetro do KTV, avalie o estado do paciente com atenção,
O cuidado em saúde renal não é feito somente de máquinas e da escolha do dialisador adequado. Obviamente, o KTV é essencial para analisar a capacidade de diálise de um paciente, mas isso não substitui o cuidado humanizado que o profissional deve ter com o paciente. É importante que os sinais de mal-estar, fadiga, alterações de apetite, inchaços, entre outros sintomas sejam investigados, caso o paciente os apresente, mesmo que o KTV esteja bom.
3. Faça um checklist para registrar as informações referente ao processo de hemodiálise,
Todo profissional de saúde deve registrar o processo de atendimento ao paciente. No caso da hemodiálise, além de preencher o prontuário, os profissionais de saúde também precisam registrar as informações técnicas referente ao processo de diálise, os dados do paciente de acordo com o dialisador utilizado e informações referentes ao próprio desempenho do dialisador. Fazer um check-list sobre como registrar essas informações com qualidade, beneficiará certamente o trabalho da equipe multiprofissional de saúde.
Saiba mais: Hemodiálise: checklist para uma sessão segura
4. Observe a evolução clínica do paciente,
Quando o parâmetro de KTV é atingido, os impactos deste processo refletem na saúde do paciente. Afinal, uma diálise e/ou hemodiálise bem sucedida é aquela que deixa o sangue do paciente mais limpo, reduz as toxinas do organismo e contribui/possibilita que os rins continuem realizando suas funções. Se tudo isso for positivo, o paciente renal certamente sentirá bem, se alimentará melhor, conseguirá ter mais qualidade de vida e terá aumento em sua expectativa de vida.
No caso de terapias renais que não funcionam bem, o paciente renal provavelmente apresentará sintomas como: redução do apetite, náuseas, fraqueza muscular, inchaço no corpo, aumento de hospitalizações e outros prejuízos. Sempre que possível, converse com o seu paciente sobre a importância de registrar esses episódios para melhorar cada vez mais o tratamento ofertado e a qualidade da diálise.
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5. Escolha um bom dialisador,
A escolha do dialisador faz toda a diferença na qualidade da diálise. Um dialisador funciona como um “rim artificial”, pois se trata do produto responsável pela filtragem do sangue e eliminação de toxinas e substâncias prejudiciais para a saúde renal. Na hora de escolher um dialisador, é importante analisar fatores como:
- Capacidade de filtragem e fluxo do dialisador;
- Biocompatibilidade do dialisador — especialmente da membrana;
- Método de esterilização do dialisador;
- Registro do dialisador perante autoridades sanitárias como a Anvisa;
- Reputação dos dialisadores no mercado;
- Avaliações de clientes como centros de saúde e clínicas e de pacientes (os clientes renais).
Dica: A Allmed Pronefro dispõe de uma linha completa de dialisadores altamente eficientes. Todos são esterilizados a vapor intra line e extra line em uma temperatura de, no mínimo, 120 °C, por aproximadamente 20 minutos. Deste modo, é possível assegurar maior biocompatibilidade entre o produto e o paciente a fim de reduzir os níveis de resíduos presentes no dialisador.
6. Avalie os benefícios dos bons parâmetros de KTV e os desafios a serem vencidos;
Alguns estudos associam a alta qualidade do KTV à melhora ou redução da pressão alta. De fato, a qualidade do KTV faz toda a diferença na vida dos pacientes renais, no entanto, é preciso compreender os pacientes renais e sua realidade, além desses parâmetros para lidar com os desafios. Somente assim é possível alcançar bons parâmetros de KTV.
Hemodiálise com qualidade: por uma vida mais saudável!
Há mais de duas décadas no mercado brasileiro, a Allmed Pronefro é uma empresa que não mede esforços para proporcionar todos os produtos renais necessários para realização de um processo de hemodiálise/diálise de qualidade. Consequentemente, a Allmed defende a qualidade de vida, o bem-estar e a segurança dos pacientes renais que possuem um papel central em todo o processo da Allmed Group.
Além do Brasil, Allmed está presente em mais de 40 países, com foco na fabricação e distribuição de produtos para hemodiálise no Oriente Médio, na Europa e na América do Sul. Todos os dialisadores da Allmed são certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e são cuidadosamente fabricados para proporcionar conforto, segurança e eficácia terapêutica a cada sessão realizada.
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