Tuberculose urinária pode causar a doença renal crônica?

Tuberculose urinária pode causar a doença renal crônica

Sim. A tuberculose urinária pode causar a doença renal crônica (DRC), especialmente quando o diagnóstico é tardio ou o tratamento é inadequado.  A infecção compromete gradualmente os tecidos dos rins, podendo causar uma perda de função que não pode ser revertida.  

Além disso, existe o risco de a doença provocar deformidades graves no sistema urogenital. 

Apesar de ser menos comum, a tuberculose urinária é uma complicação perigosa da tuberculose, uma infecção mais conhecida por atingir os pulmões. Esta é uma patologia preocupante, porque – como iremos mostrar – é difícil de ser diagnosticada.  

Neste artigo, você terá todas as respostas que precisa para tirar suas dúvidas sobre a tuberculose urinária. 

Tuberculose urinária: saiba como essa doença pode causar a DRC  

Saber que a tuberculose urinária pode causar a doença renal crônica é algo preocupante, principalmente para aquelas pessoas que já estiveram – ou estão – expostas à tuberculose. 

A DRC é uma doença que leva à deterioração progressiva da função dos rins ao longo do tempo, ocasionando o desenvolvimento da Insuficiência Renal Crônica (IRC), a fase mais avançada dessa condição, em que os rins perdem a capacidade de realizar suas funções essenciais. 

Segundo o Boletim Epidemiológico da TB 2024, do Ministério da Saúde, a tuberculose é a segunda doença infecciosa que mais mata no mundo. 

O estudo demonstra, ainda, que o Brasil está entre os 30 países com maior número de casos de tuberculose (TB) e concentra 1/3 de todos os casos da região das Américas, com 80.012 registrados em 2023. 

Como a tuberculose pode causar a tuberculose urinária? 

Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta os pulmões. 

No entanto, a doença também pode infectar outros órgãos, como os rins. Segundo o Ministério da Saúde, a forma extrapulmonar, isto é, aquela que afeta órgãos que não seja o pulmão, acontece com mais frequência em pessoas portadoras do HIV, sobretudo aquelas com imunodeficiência.

 

Tuberculose urinária

Entenda a tuberculose urinária: o que é e como ela pode levar ao desenvolvimento da DRC 

A tuberculose urinária, também denominada geniturinária ou urogenital, é provocada pela mesma bactéria que causa a tuberculose pulmonar. Esta condição pode infectar todo o trato urinário – rins, ureteres, bexiga, uretra – e os órgãos genitais. 

Além disso, a inflamação pode levar ao desenvolvimento da hidronefrose – inchaço dos rins causado pelo acúmulo de urina – e aumento da pressão dentro destes órgãos, o que piora o quadro clínico e acelera a progressão para a DRC. 

Frequentemente, essa manifestação da doença surge como uma consequência tardia de uma tuberculose pulmonar que não foi devidamente tratada ou diagnosticada. A infecção acontece quando o bacilo causador da tuberculose se espalha pela corrente sanguínea até os rins, podendo ficar inativo por anos antes da doença se desenvolver. 

Estudos mostram que a incidência da tuberculose urinária fica entre 7,1% e 15% dos casos de doença pulmonar. 

Quais os fatores de risco e os principais sintomas que acendem o alerta para a tuberculose urinária? 

Além do contato com secreções respiratórias de indivíduos com tuberculose pulmonar ativa, os principais fatores de risco para a tuberculose urinária incluem: 

  • Histórico de tuberculose pulmonar ativa; 
  • Sistema imunológico enfraquecido, como o dos portadores de HIV ou dos que fazem uso de imunossupressores; 
  • Resposta negativa ao tratamento da tuberculose; 
  • Condições socioeconômicas precárias. 

 

Principais sintomas da doença 

Os sintomas da tuberculose urinária podem ser semelhantes aos de outras infecções do trato urinário, o que torna o diagnóstico precoce mais desafiador. Entre os sintomas mais frequentes, estão: 

Dor lombar ou abdominal; 

  • Urina com aspecto turvo, com sangue ou pus; 
  • Urinar com frequência e sentir dor ao urinar; 
  • Febre baixa e persistente; 
  • Perda de peso e fraqueza; 
  • Presença de leucócitos na urina sem crescimento bacteriano (piúria estéril). 

Ressaltamos que, caso não receba o devido tratamento, a infecção pode causar destruição dos tecidos renais, resultando em cicatrizes e fibrose, o que compromete gradualmente a função dos rins.
 

Como é feito o diagnóstico da tuberculose urinária? 

O diagnóstico da tuberculose urinária é desafiador, pois, ao contrário das secreções respiratórias na tuberculose pulmonar — que apresentam alta concentração dos bacilos de Kock —, a quantidade desses bacilos na urina costuma ser baixa. 

Por isso, a confirmação da doença exige outros métodos, como o isolamento da bactéria em cultura de urina. Em alguns casos, exames de imagem do trato urinário, como a urografia intravenosa (UIV), também podem auxiliar na definição do diagnóstico. 

Dessa forma, o diagnóstico da tuberculose urinária exige atenção e exames específicos, pois os sintomas podem se confundir com outras doenças renais ou infecções urinárias comuns. Os principais exames incluem: 

  • Exame de urina com piúria estéril (presença de glóbulos brancos na urina sem a presença de bactérias) 
  • Cultura de urina para Mycobacterium tuberculosis; 
  • Exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia ou urografia excretora; 
  • Exame de escarro, que pode excluir foco pulmonar; 
  • Teste tuberculínico (PPD) ou IGRA (para infecção latente); 
  • Biópsia renal em casos de dúvida diagnóstica. 

Tratamento da tuberculose urinária: como evitar e o que fazer após a progressão da doença 

O tratamento da tuberculose urinária obedece ao mesmo método básico usado contra a tuberculose, e deve ser iniciado o mais rápido possível, para evitar a evolução da doença para a DRC. Desse modo, é feito o uso de antibióticos específicos por pelo menos 6 meses mas, que pode ser estendido por mais tempo em casos mais avançados da doença. 

Entre os antibióticos mais usados no tratamento da tuberculose urinária, estão: 

  • Rifampicina; 
  • Isoniazida; 
  • Pirazinamida; 
  • Etambutol. 

Ressaltamos que obedecer ao tratamento corretamente é fundamental para eliminar a bactéria e deter o avanço da infecção. No entanto, se for detectado o comprometimento dos rins, evoluindo para a DRC o paciente precisará do acompanhamento de um nefrologista, para retardar a progressão para a falência renal, controlar sintomas e evitar complicações. Entre as medidas estão: 

  • Controle rigoroso da pressão arterial; 
  • Dieta específica para pacientes renais; 
  • Uso de medicamentos que protegem os rins; 
  • Monitoramento da função renal com exames periódicos. 

Hemodiálise: papel essencial no tratamento da DRC 

Caso a tuberculose urinária evolua para a fase terminal da DRC, ou seja, a infecção renal crônica (IRC), a hemodiálise se torna uma alternativa essencial para a vida do paciente. 

A hemodiálise substitui de forma temporária a função dos rins, filtrando o sangue e removendo toxinas e excesso de líquidos. O tratamento permite que o paciente tenha qualidade de vida enquanto aguarda um transplante renal ou segue o tratamento contínuo.  

Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos para adaptar o tratamento da tuberculose em pacientes que fazem diálise, devido ao risco de toxicidade medicamentosa e necessidade de ajustes nas doses. 

Se você quiser entender melhor como funciona a hemodiálise, acesse o artigo Hemodiálise: saiba como funciona o tratamento!

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