Glomerulonefrite: como esse problema afeta a função dos rins?
O que é a glomerulonefrite? Você já ouviu falar sobre esse problema de saúde, que pode levar a danos renais sérios se não forem tratados de forma adequada?
A glomerulonefrite é uma doença que compromete os glomérulos, as estruturas renais responsáveis pela filtragem do sangue. Embora frequentemente silenciosa, pode evoluir para doença renal crônica (DRC).
Dessa forma, é essencial diagnosticar precocemente, o que nem sempre é possível, já que muitos pacientes não apresentam sintomas nos estágios iniciais.
Neste artigo, discutiremos as causas, consequências e tratamentos da glomerulonefrite, além de destacar sinais importantes para sua identificação.
Glomerulonefrite o que é? Entenda como essa doença silenciosa pode causar a DRC
Entender essa doença é o primeiro passo para um diagnóstico precoce. A glomerulonefrite, também conhecida como glomerulopatia, é uma condição que provoca inflamação nos glomérulos, pequenas estruturas nos rins responsáveis pela filtração do sangue e pela formação da urina.
Os glomérulos são estruturas muito sensíveis, formadas por uma rede de capilares que realizam a filtração do sangue nos rins. Possuem a função de remover resíduos e excesso de água do sangue, originando a urina, além de reter proteínas essenciais como a albumina.
Dessa forma, qualquer doença ou condição que altere sua estrutura ou funcionamento pode causar sérios problemas nos rins e em todo o organismo.
Segundo, o estudo publicado pela Revista Paraense de Medicina mostra que no Brasil a glomerulonefrite é “uma das causas mais comuns de falência renal, sendo responsável por 27,5% dos transplantes realizados”.
Devido a essa importância dos glomérulos na função renal, chama a atenção o fato de que as doenças glomerulares são consideradas um dos principais problemas nefrológicos na atualidade.
Mas, o que causa esse problema de saúde? Vamos descobrir?
O que causa a glomerulonefrite?
Existem diversas causas possíveis para a glomerulonefrite – algumas até desconhecidas – sendo que essa patologia pode surgir diretamente nos rins, afetando apenas eles, ou ser causada por outras doenças.
Dentre os distúrbios que podem levar ao desenvolvimento dessa patologia, estão as infecções, os problemas genéticos hereditários ou os autoimunes.
Desse modo, conforme o tipo de distúrbio que ocasione o surgimento da glomerulonefrite, ela pode ser classificada como primária ou secundária, aguda ou crônica.
Causas primárias
As causas primárias são aquelas que atingem diretamente o glomérulo, sendo que elas ocorrem devido às alterações imunológicas resultadas de infecções por vírus ou bactérias.
A Glomerulonefrite IgA ou Doença de Berger, é considerada uma das causas primárias mais comuns da glomerulonefrite em todo o mundo.
A doença é marcada pelo acúmulo de imunoglobulina A (IgA) nos glomérulos, levando à inflamação dessa unidade funcional do rim.
Causas secundárias
As causas secundárias da glomerulonefrite não têm origem no glomérulo. Elas são consequências de outras doenças, como, por exemplo:
- Hepatites virais B e C;
- Lúpus eritematoso sistêmico (LES);
- infecções estreptocócicas.
Além dessas causas secundárias mais comuns, a glomerulonefrite também pode ocorrer devido à hipertensão arterial, diabete mellitus, infecção por HIV e nefropatia por medicamentos.
Glomerulonefrite e hepatites virais B e C: como elas estão associadas?
As hepatites virais B e C têm preocupado os órgãos de saúde, pelos significativos números de casos de glomerulonefrite que causam.
A glomerulonefrite acontece, em muitos casos, porque as hepatites B e C causam a ativação de diferentes mecanismos imunológicos no organismo, levando à deposição de anticorpos nos glomérulos dos rins.
Esse processo irá desencadear uma resposta inflamatória que danifica a estrutura glomerular e prejudica a função renal.
Qual a relação entre a glomerulonefrite e o Lúpus eritematoso sistêmico (LES)?
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune que pode acarretar inflamação dos glomérulos, sendo assim, uma importante causa da glomerulonefrite.
Os problemas renais causados pelo LES podem se manifestar de várias maneiras, desde uma pequena alteração urinária – hematúria ou proteinúria – até o desenvolvimento da DRC.
Segundo um artigo – publicado pelo Jornal Brasileiro de Nefrologia – “Até 60% dos pacientes adultos com LES apresentam envolvimento renal”.
Como as infecções estreptocócicas podem causar a glomerulonefrite?
Esse tipo de glomerulonefrite é chamado de pós-estreptocócica e pode ocorrer após infecção por uma bactéria chamada Streptococcus, geralmente Streptococcus pyogenes do grupo A.
Mas, como isso acontece? A infecção por bactérias estreptococos acontecem na garganta e na pele. Desse modo, para combater a bactéria, o organismo produz anticorpos, que acabam sendo depositados nos glomérulos e afetando os rins.
A glomerulonefrite pós-estreptocócica é uma condição que acomete, geralmente, crianças de 5 a 12 anos, mas também pode acontecer em adultos com mais de 60 anos.
Qual a principal complicação da glomerulonefrite?
A glomerulonefrite pode ser aguda ou crônica, sendo que isso irá definir a evolução da doença para a sua principal complicação: a doença renal crônica (DRC).
Glomerulonefrite aguda
Em sua forma aguda, a glomerulonefrite é resultado, frequentemente, de infecções como as causadas pela bactéria Streptococcus, ou pelos distúrbios não infecciosos, como o lúpus eritematoso sistêmico.
Nesse caso, os sintomas aparecem rapidamente e, muitas vezes, com o tratamento adequado a pessoa pode ser curada.
Por outro lado, ela pode evoluir para a forma mais grave: a glomerulonefrite crônica.
Inclusive, se você quiser saber mais sobre a doença renal crônica, acesse o artigo: Paciente renal e a DRC: a importância do diagnóstico precoce e terapias substitutivas.
Glomerulonefrite crônica
As causas da glomerulonefrite crônica, geralmente, são as mesmas da aguda. Às vezes ocorre uma evolução, já que em alguns casos a glomerulonefrite aguda não é curada e se estende por um longo tempo, tornando-se crônica.
Nesse tipo, os sintomas podem progredir de forma gradual ao longo de meses ou anos. Nessas condições, a glomerulonefrite pode levar à sua principal complicação, a qual é a DRC. Isso significa que a pessoa pode necessitar de diálise ou transplante renal.
Quais os sintomas ?
Na fase aguda, metade das pessoas são assintomáticas ou apresentam apenas sintomas leves.
Quando os sintomas surgem, eles podem progredir lentamente. Por isso, é importante ficar atento para alguns sinais que podem indicar a glomerulonefrite. Veja só:
- Inchaço: esse é um dos primeiros sintomas a se manifestar, especialmente nas pernas, tornozelos e pés;
- Hipertensão;
- Proteinúria persistente: presença de proteína na urina;
- Hematúria: presença de sangue na urina;
- Urina mais escura;
- Diminuição da quantidade de urina.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico preciso é essencial para direcionar o tratamento adequado e prevenir complicações.
O nefrologista é o médico especialista indicado para o diagnóstico da glomerulonefrite. Ele avaliará seus sintomas, histórico médico e solicitará exames complementares, como:
- Exames de urina: detectam sangue, proteína e outros marcadores de inflamação nos rins.
- Exames de sangue: medem a função renal, níveis de eletrólitos e a presença de anticorpos que podem indicar a causa da doença.
- Biópsia renal: quando outros exames não são conclusivos, a retirada de uma pequena amostra do rim pode auxiliar no diagnóstico definitivo e na determinação do tipo de glomerulonefrite. Sendo considerado o método mais eficaz para determinar a glomerulonefrite.
- Ultrassom renal: avalia a estrutura e o tamanho dos rins, além de identificar possíveis alterações.
O tratamento da glomerulonefrite deve levar em conta o tipo da doença, seja ela aguda ou crônica. Causa subjacente, ou seja, infecções, doenças autoimunes ou outras condições. A gravidade da doença, desde medidas simples até terapias complexas.
As principais opções de tratamento incluem:
- Dieta: restrição de proteínas e sódio para reduzir a carga de trabalho renal.
- Diuréticos: para eliminar o excesso de líquido e reduzir a pressão arterial.
- Controle da pressão arterial e do diabetes: medicamentos e mudanças no estilo de vida podem ser necessários.
- Antibióticos ou antivirais: no caso de glomerulonefrite pós-infecciosa.
- Corticoides e/ou imunossupressores: para reduzir a inflamação e a resposta imune anormal.
- Diálise ou transplante renal: para estágios mais avançados da doença.
Lembre-se:
A glomerulonefrite é uma das principais causas da doença renal crônica (DRC). Compreendê-la a fundo é crucial para prevenir complicações graves e garantir a saúde dos seus rins. Busque sempre a orientação de um profissional de saúde qualificado para cuidar da sua saúde renal.
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