Diálise em trânsito: tudo que você precisa saber para viajar com segurança

Diálise em Trânsito: dicas e orientações essenciais para viajar sem interrupções no tratamento.

Viajar enquanto faz diálise pode parecer desafiador à primeira vista, mas com planejamento cuidadoso e preparação adequada, é totalmente possível. A diálise é um tratamento vital para muitas pessoas com insuficiência renal, e é importante que aqueles que precisam dela não se limitem em explorar novos lugares ou visitar amigos e familiares em outras cidades ou países.

Seja uma viagem curta ou uma viagem mais longa, pensar em tudo é sempre uma tarefa desafiadora. Considerando que as sessões de hemodiálise, por exemplo, podem durar até quatro horas sendo realizadas até três vezes na semana. Dessa forma, para os pacientes renais, uma viagem poderia parecer um sonho distante.

Com o projeto Diálise em Trânsito, os pacientes com doenças renais podem encontrar com mais facilidade centros de diálise em todo território nacional e (inter)nacional, garantindo assim um tratamento com mais segurança.

Pensando nisso, separamos algumas algumas dicas valiosas para quem faz diálise e deseja viajar com mais tranquilidade e segurança, evitando imprevistos indesejados no meio do caminho.

Mas antes de te contar como é possível que pacientes com doença renal realizem viagens, saiba um pouco mais sobre a doença renal e os tipos de tratamento. 

 

O que a doença renal crônica afeta?

A doença renal crônica é uma lesão que afeta o bom funcionamento dos rins e impede que o órgão filtre o sangue da forma adequada, impedindo a liberação das toxinas pelo organismo.

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), esse tipo de disfunção atinge uma em cada 10 pessoas no mundo e vem apresentando taxas significativas de crescimento.

 

Ainda segundo a instituição, esse número expressivo é resultado de uma doença silenciosa que não apresenta sintomas aparentes nos estágios iniciais. Dificultando o seu diagnóstico precoce, fazendo com que os pacientes necessitem de mais tempo de tratamento.

 

Assim, difundir o conhecimento sobre a doença é fundamental, pois quanto antes for descoberta, mais fácil é para controlar seu avanço. Outro fator importante de prevenção é a realização de exames periódicos e conhecer fatores de risco como hipertensão arterial e diabete.

 

Quando evolui para estágios mais avançados, os tratamentos mais recomendados são a diálise e o transplante renal. No Brasil, de acordo com dados da SBN, cerca de 140 mil pessoas realizam hemodiálise. Um número expressivo e com uma estimativa de aumento. Ainda segundo a SBN, até 2040 a perspectiva é que a doença renal crônica seja a 5ª maior causa de morte no mundo.

 

A pandemia tem afetado significativamente a saúde renal. De acordo com a  Sociedade Americana de Nefrologia, entre 20 e 40% dos pacientes internados em estado grave de Covid-19 apresentam alteração nos rins, onde uma parte terá que fazer o tratamento de hemodiálise e entrarão para o grupo de doentes renais crônicos.

 

Conheça os tipos de tratamento da doença renal crônica

Terapia renal substitutiva

A grande finalidade da terapia renal substitutiva é realizar as funções básicas que os rins já não estão sendo feitas com tanta eficiência. Ela é aplicada em pacientes que apresentam insuficiência renal ou doença renal crônica e não conseguem realizar a filtragem do sangue e, consequentemente, liberação das suas toxinas do organismo.

 

Nesse sentido, o tratamento compreende diferentes métodos: diálise peritoneal, hemodiálise, hemodiafiltração e transplante renal. Cada um tem a sua especificidade para atender a necessidade de cada paciente.

 

Confira os métodos de tratamento da doença renal crônica

Diálise peritoneal

A diálise peritoneal é um método que pode ser realizado fora do ambiente clínico/hospitalar. O paciente realiza o tratamento com o auxílio de um peritônio, uma membrana semipermeável e porosa que cobre órgãos do abdômen e faz a filtragem. Após o tempo de utilização no paciente, a membrana é drenada, liberando as toxinas do organismo. O uso desse método depende de cada paciente.

 

Hemodiálise

Esse é um dos métodos mais conhecidos e utilizados pelos pacientes diagnosticados com a doença renal crônica. Esse tipo de tratamento realiza a função dos rins. Ele é feito através de um aparelho que filtra o sangue do paciente e elimina as toxinas.

 

Hemodiafiltração

Assim como a hemodiálise, a hemodiafiltração é utilizada para realizar as funções dos rins que estão comprometidas. Aqui, o filtro apresenta uma quantidade maior de líquido, que é trocado entre o sangue e o aparelho, deixando a filtragem mais eficiente e retirando uma quantidade maior de toxinas.

 

Transplante renal

O transplante renal é um dos métodos utilizado para tratar pacientes que já atingiram um estágio avançado da doença renal crônica e as alternativas anteriores já não são mais eficazes. O transplante é uma alternativa capaz de trazer aos portadores da doença, mais qualidade de vida. A cirurgia envolve a retirada do rim, que está comprometido e a inserção de um órgão saudável.

 

Agora, sim, após conhecer melhor como a doença pode ser tratada, vamos falar mais sobre a Diálise em trânsito, uma alternativa para os pacientes que desejam ter mais liberdade para viajar e curtir as férias.

 

Tudo que você precisa saber sobre a Diálise em trânsito

A Diálise em Trânsito faz parte do projeto de Lei 4581/20 aprovado, em 2021, pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos deputados. A iniciativa procura garantir que o paciente renal possa realizar seu tratamento (diálise peritoneal, hemodiálise ou hemodiafiltração) em qualquer clínica ou hospital conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Ou seja, o paciente não precisa mais interromper seus planos de viajar por conta do tratamento. Mas, para isso, é necessário planejamento. É essencial que o serviço seja agendado com a clínica de nefrologia com, no mínimo, 30 dias de antecedência para que o local tenha tempo hábil para que de forma responsável realize os trâmites do processo da Diálise de Trânsito.

 

Para se ter uma ideia, somente cerca de 8% dos municípios fornecem hemodiálise. A finalidade com a Diálise em Trânsito é desburocratizar o procedimento de atendimento e ampliar a rede de acesso ao tratamento renal.

 

Além de programar as sessões de forma antecipada, o paciente deve ter em mãos a sua carteira nacional de portador de doença renal crônica para o agendamento e comprovação da sua identidade.

 

Então, se você precisa realizar diálise peritoneal, hemodiálise ou hemodiafiltração, fique tranquilo, com um bom planejamento é possível viajar com segurança e sem impedimentos para prosseguir com o tratamento.

Mas afinal, como planejar a Diálise em Trânsito

Atualmente, a Diálise em Trânsito é coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por planos de saúde. Sendo eles, que devem fornecer uma equipe responsável para orientar os pacientes que pretendem fazer o deslocamento e realizar a comunicação com o local de destino, onde será realizado o tratamento.

dialise na viagem

 

Dessa forma, a clínica de nefrologia de origem deve tomar conhecimento dos trâmites que precisam ser realizados e obter o máximo de informações sobre os procedimentos das sessões de diálise peritoneal, hemodiálise ou hemodiafiltração. Após, a clínica deverá fornecer uma relação dos locais dos centros de tratamento renal disponíveis para atender o paciente.

 

1.Documentação para diálise em trânsito

Outro ponto importante para os pacientes renais que desejam realizar a sua terapia em outro local, é saber quais documentos são necessários em caso de urgência. Nessas situações, a orientação é conversar diretamente com seu médico responsável para verificar os possíveis riscos e como proceder.

 

A questão da documentação adequada se torna ainda mais indispensável quando se pensa em viagens para locais mais distantes ou para o exterior, como, por exemplo. No caso da Europa que exige passaporte, cartão cidadão e cartão europeu de seguro de saúde dos pacientes.

2.Medicamentos e casos urgentes

Independentemente se o local seja perto ou mais distante, tenha sempre em sua bagagem as medicações indicadas pelo seu médico nefrologista. É importante também lembrar de pegar uma receita extra, caso o medicamento acabe no meio do caminho.

 

Além disso, certifique-se de que a clínica em que realizará o tratamento oferece assistência em casos de urgência específicos para o seu tipo de doença renal. Imprevistos podem acontecer e estar preparado é sempre muito importante.

Leia também –  Direitos do paciente com Doença Renal Crônica: conheça e saiba como acionar

Diálise em Trânsito com mais segurança

Com o avanço da previsão legal do programa da Diálise em Trânsito, muitas empresas de turismo estão sendo adaptadas para receber pacientes renais. Assim, uma boa forma de evitar incidentes é verificar pacotes de viagens que se adéquem a sua realidade.

 

Atualmente, existem agências que já estão preparadas e oferecem opções de serviços pensadas na realização de diálise peritoneal, hemodiálise ou hemodiafiltração, possibilitando que o paciente passe mais dias longe da sua clínica local.

 

Em geral, esse tipo de serviço é destinado para viagens mais longas como cruzeiros, grandes cidades do Brasil e roteiros para fora do país, como, por exemplo, São Paulo e Lisboa.

 

Para que a Diálise em Trânsito seja realizada de forma eficiente e segura, relembramos que é essencial a busca por informação especializada com a assistente social de sua clínica e autorização do seu médico responsável.

Diálise em Trânsito no exterior

Para os interessados em viajar para o exterior, existe uma plataforma digital chamada Global Dialysis que disponibiliza informações sobre clínicas que oferecem tratamento renal fora do país. Lá é possível encontrar mais de 1.500 pontos para se realizar o tratamento, localizadas em mais de 160 países.

O portal está em inglês, mas pode ser traduzido para o português. Confira no link: http://www.globaldialysis.com/

Familiarize-se com as políticas de viagem: verifique as políticas de seguro de viagem para garantir que estejam cobertos durante a viagem. Algumas companhias aéreas podem ter políticas especiais para passageiros que necessitam de tratamento de diálise durante o voo.

A principal concentração de clínicas no mundo está na Europa pela facilidade de circulação entre os países da União Europeia. Outro tipo de viagem que já é viável fazer são os cruzeiros. Existem navios preparados com todos os equipamentos necessários para atendimento aos pacientes dialíticos.

No entanto, é sempre importante reforçar que, para que tudo ocorra bem, todos os envolvidos nesse processo devem ser informados da situação com antecedência e com todos os detalhes sobre o tratamento.

Viu, como é possível que pacientes com doença renal façam viagens de lazer ou a trabalho com total tranquilidade. Contudo, para que tudo ocorra de forma saudável é fundamental ficar de olho nas informações que destacamos neste post.

E como forma de complementar o conteúdo separamos algumas dicas, confira!

 

10 dicas sobre Diálise em Trânsito que você precisa saber

  • 1  Converse com seu médico nefrologista antes de viajar. Faça exames e avaliações sobre seu estado de saúde.

 

  • 2  A Diálise em Trânsito deve ser agendada com, pelo menos, 30 dias de antecedência da data da viagem.

 

  • 3  Procure informações com a sua clínica ou Serviço Social da sua unidade de saúde para fazer o preenchimento de um formulário. Nele deve conter dados básicos como: nome completo, estado, cidade e o período desejado de viagem para averiguação da disponibilidade dos locais que possam realizar o seu tratamento dialítico.

 

  • 4  Fique atento ao preenchimento do formulário e demais documentos exigidos, pois serão enviados para a clínica de origem e para a clínica de destino. Nos casos de atendimento via SUS, os documentos são remetidos para o órgão regulador para a verificação da vaga em trânsito pretendida.

 

  • 5  Compre as suas passagens somente após receber a confirmação da clínica que irá realizar seu tratamento renal em outra localidade. Para muitos pacientes, o tratamento não pode ser interrompido de forma alguma, desse modo, é imprescindível aguardar essa efetivação.

 

  • 6  Com a aprovação da Diálise em Trânsito pela clínica de destino, chegou a hora de planejar a sua viagem. Procure uma hospedagem perto de onde será realizado seu tratamento.

 

  • 7  Não esqueça de conferir os documentos necessários para a Diálise em Trânsito: RG, CPF, carteirinha do plano de saúde, cartão do SUS, relatório médico, exames, receita de medicamentos e demais documentos solicitados pelas clínicas. Fazer uma lista pode ajudar.

 

  •  8  Para locais mais quentes, evitar contato com o sol intenso, não esquecer sempre de proteger o acesso vascular, item essencial para realizar o tratamento sem maiores preocupações.

 

  • 9  Pacientes que utilizam cicladora, informar um enfermeiro de confiança sobre seus planos de viagem e pedir orientações sobre o processo de transporte de insumos e do equipamento. Essa dica é para aqueles pacientes que fazem diálise peritoneal automatizada.

 

  • 10  A palavra aqui é planejamento. Para que a Diálise em Trânsito atinja o seu objetivo é necessário verificar cada detalhe com a maior antecedência possível. A ideia é evitar imprevisto que possam colocar a sua vida em risco.

 

Viajar enquanto faz diálise requer planejamento meticuloso, mas não é impossível. Com os preparativos certos e a colaboração com sua equipe médica, é possível desfrutar de viagens sem comprometer seu tratamento de diálise. A chave está na antecipação e na preparação para garantir uma experiência segura e agradável.

 

Cabe ressaltar que esse é um processo que requer organização. Conte com especialistas para te orientar sobre os trâmites necessários da Diálise em Trânsito e somente realize sua viagem se tiver certeza de que no local terá uma clínica credenciada pronta para te receber.

 

Para saber mais sobre a execução do programa de Diálise em Trânsito, clique aqui e conheça qual clínica se encaixa melhor em seu destino.

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Obrigado pela leitura e até o próximo post! 

 

 

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