Lesão Renal Aguda: o que é e como tratar?

Lesão Renal Aguda o que é?

A LRA é uma síndrome que provoca a perda acelerada e progressiva das funções renais como a capacidade de filtragem do sangue e das toxinas de pacientes renais. Há algum tempo, a Lesão Renal Aguda também era chamada de Insuficiência Renal Aguda e, independente da mudança na nomenclatura, é preciso ter atenção aos sintomas despertados por essa condição para que o paciente tenha o melhor atendimento possível, antes que a lesão se agrave ainda mais.

Para auxiliar na disseminação de informações de qualidade sobre o assunto, a equipe da Allmed Pronefro elaborou este artigo. Continue lendo e entenda o que é lesão renal aguda, quais são os sintomas, riscos e quais são os melhores caminhos para o tratamento desta síndrome.

O que é Lesão Renal Aguda?

De acordo com Pacheco, Livio Pereira et al.(2022), a Lesão Renal Aguda (LRA) é caracterizada por “um declínio rápido da função renal ao longo de dias a semanas, resultando no acúmulo de produtos nitrogenados no sangue (azotemia), com ou sem diminuição do débito urinário”.

Ou seja: é uma síndrome grave, com progressão rápida, que gera consequências imediatas para o paciente como, por exemplo:

• Declínio abrupto da Taxa de Filtração Glomerular (TFG);
• Perda das funções renais que permitem a eliminação de substâncias tóxicas como as escórias nitrogenadas (azotemia);
• Perda das funções que ajudam a manter o processo de homeostase hidroeletrolítica no organismo;
• Aumento na frequência de náuseas, vômitos e outros desconfortos;
• Aumento da retenção de líquidos, inchaço nas pernas, tornozelos e pés;
• Redução da produção de urina, entre outros.

Identificando a Lesão Renal Aguda: o diagnóstico

É muito importante se atentar aos sintomas ocasionados pela Lesão Renal Aguda para identificar e tratar a síndrome o mais rápido possível. No entanto, nem sempre as pessoas vão manifestar os mesmos sinais (que, inclusive, podem indicar a presença de outras doenças renais crônicas) e por isso, é fundamental manter o check-up em dia. O diagnóstico definitivo da Lesão Renal Aguda é feito com:

• Exames de sangue que indicam níveis de creatinina e nitrogênio da ureia no sangue;
• Análise da creatinina sérica;
• Diagnóstico por imagem;
• Biomarcadores de urina e testes de sedimento urinário.

Especialmente no caso da Lesão Renal Aguda (LRA), o teste de NGAL (neutrophil gelatinase-associated lipocalin, lipocalin-2, sidertocalin), é muito indicado. Na prática, este teste permite a identificação da lesão renal aguda no estágio inicial. O NGAL é uma proteína que está presente em epitélios renais e, quando o organismo apresenta LRA, as concentrações da proteína tendem a se elevar rapidamente, em um curto período.

Fatores de risco para Lesão Renal Aguda

O desenvolvimento da Lesão Renal Aguda é multifatorial. Alguns estudos científicos destacam que, doenças respiratórias podem ser um dos motivos para a origem das lesões e, no caso de pacientes hospitalizados na UTI, as chances também são altas. Pessoas que vivem com Diabete Mellitus, hipertensão arterial ou que fazem parte do grupo de pessoas imunossuprimidas também possuem risco aumentado para desenvolver Lesão Renal Aguda.

De forma mais geral, a Lesão Renal Aguda também pode ser causada por fatores como:

• Infecções generalizadas;
• Insuficiência cardíaca congestiva;
• Doença aterosclerótica;
• Doenças hepáticas
• Choques circulatórios e má perfusão do sangue;
• Desidratação;
• Consumo excessivo de medicamentos nefrotóxicos sem acompanhamento constante (anti-inflamatórios, antibióticos, analgésicos, diuréticos e anti psicóticos, por exemplo).

 

Outro fator de risco importante no caso da Lesão Renal Aguda é a idade. Segundo a literatura médica, pacientes com idade superior a 75 anos (especialmente os que apresentam Taxa de Filtração Glomerular (TFG) menor que 60 ml/min/1.73 m² encaixam em um grupo de risco.

É por esse motivo, que pessoas acima de 65 anos devem ficar muito atentas aos sinais que podem indicar problemas renais. A realização de exames de sangue e urina, a manutenção de hábitos saudáveis e o controle da pressão arterial são cuidados indispensáveis na rotina.

 

Variações da Lesão Renal Aguda

De acordo com especialistas no assunto, a Lesão Renal Aguda tem uma variedade grande de etiologias. Por isso, mesmo com os fatores de risco gerais, é possível que essa síndrome tenha múltiplas origens. Não é à toa que, alguns estudos destacam que a incidência da LRA na população varia de 2.147 a 4.085 casos por milhão de habitantes por ano em países desenvolvidos.

Considerando que as origens e as etiologias para LRA são variadas, existem classificações diferentes conforme o nível da LRA. O mais comum é que a Lesão Renal Aguda seja categorizada em três variações: pré-renal, renal e pós-renal. Entenda a seguir.

1. LRA Pré-Renal

É associada aos casos de desidratação, sangramentos e redução da perfusão renal pela redução do volume circulante. Nesta variação, os pacientes geralmente sofrem com a redução da capacidade de eliminar sódio, toxinas e água, além de lidarem com o aumento da osmolaridade da urina.

1. LRA RENAL

Estes casos surgem da constatação de uma lesão intrínseca ao rim, causada por disfunção renal. Esta lesão pode ter tamanhos variados e geralmente surgem nos túbulos renais. Na prática, a lesão agride os rins, acelera a perda das funções renais e estimula os insultos renais.

1. LRA PÓS-RENAL

A LRA pós-renal é geralmente causada por obstruções urinárias decorrentes de problemas de bexiga, cálculos gerais, neoplasias, entre outros. As lesões podem ser intensificadas conforme o tempo da duração da obstrução urinária.

Como prevenir a Lesão Renal Aguda?

A origem e a ocorrência das doenças renais pode ser imprevisível, silenciosa, rápida e, em muitos casos, irreversível. No entanto, criar e manter bons hábitos (ainda mais nos casos em que há histórico familiar de doenças renais na família), é um dos caminhos possíveis para prevenir a Lesão Renal Aguda.

Abaixo algumas dicas de prevenção contra doenças renais:

• Cuidado com sua alimentação. O ideal é manter escolhas saudáveis e isso inclui evitar, ao máximo, o consumo de sal, carne vermelha, comidas gordurosos, sódio, produtos industrializados e outros alimentos prejudiciais para a saúde renal;
• Se você tem pressão alta e/ou diabete e possui um histórico familiar favorável para o desenvolvimento dessas doenças, fique atento e tome a medicação em dia. O controle da hipertensão e da glicose é fundamental para a saúde renal;
• Mantenha hábitos saudáveis. Se puder, não fume e tenha uma rotina na qual consiga praticar exercícios físicos regularmente;
• Saúde em primeiro lugar. Faça consultas e exames periódicos sempre que puder, principalmente se você sabe que existe algum histórico de doenças reais na sua família;
• Atenção ao uso de medicamentos. Alguns remédios são altamente prejudiciais para os rins e a única forma de saber se você toma algum deles é fazer acompanhamento adequado e conversar com seu médico. Dessa forma, saberá a necessidade de realizar exames que indicam a quantidade e o efeito do uso de medicamentos no seu corpo;
• Fique atento (a) a qualquer sintoma que possa parecer suspeito. A redução da quantidade de xixi, o aparecimento de edemas ou inchaços repentinos nos pés, ou tornozelos e a retenção excessiva de líquido são alguns sinais que revelam problemas renais. Como a lesão renal aguda se desenvolve muito rapidamente, um diagnóstico precoce é crucial para uma recuperação tranquila e plena.

Tratamento da Lesão Renal Aguda

O tratamento da Lesão Renal Aguda pode variar conforme o caso do paciente. A equipe médica pode optar por intervenções que visam reduzir a lesão renal aguda e possíveis complicações decorrentes do quadro.

De forma geral, a restauração do equilíbrio e hídrico também é priorizada proporcionalmente conforme as perdas das funções renais. Dietas específicas podem ser realizadas conforme cada caso, para que o paciente tenha os níveis de nutrientes supridos. Alimentos que contém sódio como queijos, comidas enlatadas, temperos prontos, embutidos, entre outros são proibidos para pacientes com LRA, assim como a ingestão de líquidos também é restritiva.

Em casos mais graves, a diálise pode não ser temporária e, caso isso aconteça, o paciente renal precisa aderir ao tratamento de hemodiálise ou diálise peritoneal no formato convencional. Ou seja: sessões realizadas 3 vezes por semana, durante quatro horas, em média. Vale lembrar, que, apesar das altas taxas de mortalidade associadas à Lesão Renal Aguda, essa condição é reversível quando diagnosticada e tratada com agilidade.

Importante: o diagnóstico de Lesão Renal Aguda só pode ser feito por enfermeiros nefrologistas e médicos especializados em nefrologia. Este conteúdo tem finalidade meramente informativa!

Leia mais: entenda como o consumo de café pode evitar a Lesão Renal Aguda

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Por Sharemkt